terça-feira, 25 de outubro de 2011

A REUNIÃO

Meus irmãos estão contra mim. É fato. Tenho que manter a calma e agir com a cabeça. Falar sempre de ponto de vista da vítima. Eles também não gostam de Ulrika...e eu posso ser a vítima de Ulrika. Essa idéia não é má. Basta colocar as coisas na hora certa. Falar  como se fosse um peso ter que carregar tudo sozinho nas costas...mulher, negócio, família. Acho que, por aí, pode funcionar. Só tenho que achar o momento certo pra falar. E me livrar de uma vez por todas de todos eles. Continuar preso apenas a Ulrika e aos meus próprios fantasmas...preso a mim mesmo...ao inevitável destino de cada um de nós. Desse eu não escapo. E não adianta mudar de cidade, nem de país...vou continuar comigo mesmo pra sempre. Mas é isso. Esse peso eu tenho que carregar. Não tenho outra saída a não ser carregá-lo e, se possível, carregá-lo muito feliz. Como os ratos, não acho que a saída seja o suicídio. Ainda não sinto pena suficiente de mim mesmo para realizá-lo. E acho que vale a pena seguir, nem que seja só pra confirmar o que já sabemos desde sempre e jamais admitimos: nada disso faz o menor sentido. A aritmética é um equívoco monumental...

RAINER (José Karini)

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