sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O NEGÓCIO

O negócio dos colchões já não dava. Tentei levar adiante depois da morte de papai, mas confesso que estava muito difícil. Sem contar que Ulrika estava sendo muito sacrificada. Trabalhávamos dia e noite sem descanso. Tínhamos que cuidar da loja durante o dia e só restava a noite para fazer todo o resto, como, por exemplo, o trabalho de contabilidade. Eram só dois funcionários pra tudo e um carro velho pra fazer as entregas. Ou seja, sobrava sempre pra nós dois. E nunca tivemos a ajuda de ninguém. Meus irmãos jamais apareceram por lá e nunca se interessaram em saber como as coisas estavam caminhando. Então, que não venham me cobrar absolutamente nada. Cada um vai ficar com a sua parte e pronto. Aliás, o certo seria dividirmos os prejuízos do negócio. Se somos sócios, temos que dividir os ganhos e as perdas também. Mas nem faço questão. Desde que não me incomodem, está tudo certo. Só quero resolver tudo isso o quanto antes. Principalmente com Roger, já que com Ivan eu sei que não terei problemas. Ivan não liga a mínima e faz questão de não saber de nada. Mas Roger acha que devo prestar contas. Ele se acha um grande injustiçado. E, no entanto, jamais apareceu por lá pra tomar sequer um café! É brincadeira! O idiota acha que está sendo roubado. Não percebe que a realidade é dura e que ele ainda aje como o irmãozinho mais novo, o caçula que sempre gostou de ser mimado. Mas hoje eu acabo com isso...

RAINER (José Karini)

Nenhum comentário:

Postar um comentário