terça-feira, 18 de outubro de 2011

ETERNO RETORNO

Não gosto muito de lembrar fatos passados. As recordações são sempre um pouco mentirosas. Traiçoeiras e...perigosas. Não me arrependo de nada do que fiz. Mas confesso que o olhar acusador de Lucera me incomoda um pouco. Basta olhar pra ela e pronto: tudo retorna pela milésima vez. Acho que o modo como ela me olha provoca essa espécie de eterno retorno do mesmo. Só que eu sempre agi pensando no bem da família, principalmente enquanto papai esteve entre nós. Acho que ele percebia isso. E, agora, todos querem me culpar por tudo. Virei o culpado maior e o único responsável pelos males dessa família de fracassados. Mas isso vai acabar. Tem que acabar. Não quero mais o peso de carregar essa família nas costas sem ter nenhum reconhecimento por isso. E também não quero mais o olhar acusador de Lucera e da família. O de Ulrika me é necessário, Mas o resto, quero que se foda! Às vezes eu gostaria de simplesmente não ter memória. De poder estar em um perpétuo movimento de recomeço...sem fins...nem começos...

RAINER (José Karini)

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